Dormir é algo que faço com grande
gosto e apreço. Dormir no sofá é algo que faço com o gosto e o apreço a
duplicar. O sofá é uma peça de mobiliário que parece que me lança uma poção e
me adormece como a Branca de Neve
quando come a maçã envenenada. A única diferença neste momento de Bela
Adormecida é que não sou acordada por um príncipe encantado num cavalo branco,
mas sim pelo pescoço dormente e pelas dores nas costas.
Ontem foi mais um dos inúmeros
dias em que adormeci no sofá. Até estava a ver um programa interessante, mas a
magia das almofadas foi mais forte e deu-me uma sonolência tremenda impossível de
derrotar. Passadas duas horas acordei com cara de ogre, prestes a babar e
dormente da cabeça aos pés - não sei como é que nos filmes as atrizes acordam com
aquele aspeto de spa. Arrastei-me até à cama e voltei a dormir que nem um bebé.
Ranhoso. Com cara de dinossauro.